Simpatia é o que não falta na história da DAIHATSU. Carros compactos, econômicos e pouco poluentes. Veículos para idosos e deficientes. A montadora japonesa se especializa cada vez mais na produção de veículos "politicamente corretos".
A história da montadora japonesa começou no dia 1 de março de 1907 com a fundação da empresa Hatsudoki Seizo Co., pelos professores da universidade de Osaka, Yoshinki e Turumi, para produzir e vender motores internos de combustão. No final do ano, em dezembro, os seis primeiros motores internos de combustão são fabricados pela nova empresa. Em 1919, a empresa ingressou no mercado de veículos com a conclusão de dois protótipos de caminhões. Somente em 1930 a empresa começou a produzir veículos de três rodas, lançando o modelo HA de 500cc no mercado japonês. Neste mesmo ano a empresa produziu seus primeiro motores a gasolina. No final desta década, em 1937, a empresa produziu seu primeiro automóvel de quatro rodas, o modelo FA.
Somente no ano de 1951, a empresa passou a se chamar oficialmente Daihatsu Kogyo Company. O nome "Daihatsu" é uma combinação do primeiro kanji para Osaka e o primeiro da palavra "mecanismo de fábrica", e quando juntos são pronunciados “Dai hatsu”. Em 1958, Trinidad e Tobago foi um dos primeiros países fora do continente asiático a começar a importar carros da montadora japonesa. A partir da década de 60, a DAIHATSU começou a produzir inúmeros modelos de pequenos caminhões de carga, como a série DAIHATSU Hijet, marcada pela versatilidade de suas versões disponíveis no mercado, que rapidamente se tornaram um grande sucesso no Japão. No ano de 1965 se tornou a primeira montadora japonesa a exportar veículos para o Reino Unido, iniciando assim sua expansão internacional.
Pouco depois, em 1967, a DAIHATSU assinou um acordo de cooperação com a Toyota, começando então um estreito relacionamento que culminaria, décadas depois, com a compra da pequena montadora pela gigante. A empresa produziu seu primeiro veículo elétrico em 1970. Pouco depois, em 1974, passou a se chamar Daihatsu Motor Company. Neste mesmo ano produziu e entregou seu primeiro micro-ônibus (com capacidade para 15 passageiros). Em 1977 a montadora atingiu a marca de 5 milhões de carros produzidos em sua história, e, em 1979, inaugurou uma fábrica na Indonésia para atender ao mercado asiático.
Apesar de tradicional, a DAIHATSU somente conseguiu atingir enormes sucessos nas vendas na década de 80, especialmente pelo lançamento de modelos compactos que se tornaram extremamente populares. Em 1984, a montadora iniciou a produção de vans na China. No ano seguinte atingia a marca de 10 milhões de automóveis produzidos. Foi também nesta década que a DAIHATSU começou a exportar seus automóveis para a América do Norte, ingressando assim no maior mercado consumidor do planeta. Em 1995, um mini carro de passeio com o nome de Move é introduzido no mercado japonês, chegando a vender aproximadamente 15 mil unidades por mês. Nesse mesmo ano a Toyota aumenta sua participação acionária na DAIHATSU para 33%.
No final desta década, em 1999, a DAIHATSU teve seu controle acionário (51.2%) comprado pela Toyota. No ano de 2002, a montadora desenvolveu o primeiro catalizador inteligente, diminuindo significativamente a emissão de gases poluentes em seus automóveis. Em 2007, ano do centenário da empresa, a DAIHATSU lançou no mercado um novo posicionamento, acompanhado pelo slogan "Innovation for Tomorrow" (algo como "Inovação para o Amanhã"). Atualmente, o ponto forte da DAIHATSU são os automóveis compactos (kei-jidousha) adaptados ao modo de vida dos japoneses e às estreitas ruas do arquipélago. Apesar da longa história, a montadora comprova que sua competitividade não ficou no passado.
A DAIHATSU trava uma feroz disputa com a Suzuki pela liderança do mercado de automóveis de pequeno porte, sendo responsável por 32,1% das vendas, contra 30,9% da concorrente, de acordo com os dados da associação japonesa de veículos compactos. Hoje em dia, a maior novidade é a importância dada à produção de carros voltados a deficientes físicos e idosos. Modelos populares como o Mira, Atre e Tanto são acompanhados de inúmeros acessórios e equipamentos especiais. Chamados de Friendship Series, a montadora é responsável por aproximadamente 44% da produção desse tipo de veículo. E a tendência é de que esses veículos tenham espaço cada vez maior nas prioridades da empresa, que vê o envelhecimento da população japonesa como um sinal da necessidade crescente de modelos especiais.